Wednesday, December 21, 2005

A magia das palavras

Adido - 21/12/2005

O escritor é como um mágico que retira um coelho da cartola; ninguém viu, mas todo o coelho que saiu daquela cartola já estava lá, ou quem acredita que o coelho foi gerado naquele instante, por mágica? Também assim é o escritor, a sua mágica consiste em conseguir retirar da sua "cartola" - ou da sua cachola? - todas as histórias que um dia foram colocadas lá.

O que um escritor tem de especial? Talvez essa capacidade de armazenar as coisas, uma boa memória para guardar e depois lembrar-se de muitas histórias? Ou, talvez, seja esse seu jeito especial de contar, a criatividade para enfeitar, tornar bonitas as histórias? Eu acho que os escritores têm um pouco de tudo isso, essas são qualidades de um bom escritor. Mas isso não basta, assim como um mágico tem que ter uma extrema habilidade, uma destreza com as mãos, o escritor tem que ter um certo encantamento, uma certa magia com as palavras.

Os comuns dos mortais acham que as palavras têm funções definidas, enxergam nelas conjuntos de letras que servem para nomear objetos, exprimir sentimentos, exercer funções gramaticais ou sintáticas. É verdade, as palavras servem para tudo isso; mas para o escritor as palavras têm algo mais, têm vida própria, personalidade, individualidade, uma sonoridade única.

O escritor é um apaixonado pelas palavras. Você já notou que cada uma delas representa exatamente o que quer dizer? Paralalelepípedo! Existe algo mais paralalelepído do que um paralelepípedo? Já lembra uma pedreira na hora de pronunciar, não concordam? Saltimbancos e bailarinas são leves, são plumas, quase o vento, são leves como as plumas!

Vou parar de falar das palavras... Quando faço isso esqueço do tempo, esqueço do espaço, empilho paragráfos. Um abraço e um beijo em todos, ou muitos abraços e beijos em todos, ou todos abraços e beijos. Ah! Se a gente não se ver antes, um Feliz Natal!

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