Tuesday, November 29, 2005

Estereótipos

Perdas e Ganhos - 29/11/2005

Todos nós acabamos vítimas dos estereótipos*, é difícil não se deixar seduzir pela prática de rotular, de se deixar levar pelo apelo maciço da mídia que vive fazendo associações de comportamentos.

Se eu digo: cantor de rap. Qual foi a primeira imagem que você formou? Você lembrou de um dos mais famosos american rappers, do Eminem, foi isso? Não? Por quê?

Qual sua impressão sobre o comportamento do homem? Qualquer que seja a sua resposta ela se constituirá num estereótipo. Não há como se ter uma determinada impressão sem avaliar o comportamento de alguém em particular, atribuir a alguém um comportamente daquele que se supõe seja a "média de um grupo" é injusto, a avaliação sempre é estereotipada.

*Estereótipo é um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista que não se baseia necessariamente em experiência direta; envolve praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, grupo social, etc. Quando a primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, ela passa a ser "enquadrada" dentro de todas as características de comportamento presumidas para o seu grupo.

Bom Dia!

Domrs - 29/11/2005

Você acorda. Com o pé direito. E com o esquerdo também, que eu lembre não é necessário retirar um dos pés para despertar. Depois daquela sucessão de rotinas que fazem parte do amanhecer no seu dia-a-dia, vai até o computador para ligá-lo. Outra atividade rotineira, você deve estar dizendo, não é mesmo?

Pois está enganado. Essa máquina não tem nada de rotineira, ela está dotada de alguma coisa chamada "Sisop", ou Sistema Operacional para os menos íntimos. Você pressiona o botão para fazer a mágica acontecer; alguns estalidos, na tela dizeres desconexos, "capable", "incapable", "enable", "disable", "capable but disable"; no fim das contas você, desconfiado, não sabe se estão falando alguma coisa da máquina ou de você.

A primeira coisa que aparece é uma tela para login com seu nome, o que, de um lado, lhe dá um certo bem estar, pelo reconhecimento, mas, do outro, aumenta a sua suspeita de que a máquina estava falando mal de você mesmo: Incapable é a mãe! Você coloca aquele "password", o termo escolhido a dedo, a palavra mágica que abre todas as portas, a sua segurança, digita "a-b-r-e" e um "Enter".

Mas não entra, a coisa continua f-e-c-h-a-d-a, ou melhor, nada acontece. Clica novamente no "Enter". Clica novamente no "Enter". Clica novamente no "Enter". E nada. Descobre que o cursor não está piscando para você; Merde! (que significa merda em francês) Pelo jeito a coisa travou.

Shit! (que significa merda em inglês) Não tem jeito. Ou só tem um jeito: Resetar (palavra em inglês que significa restaurar, recomeçar) O dia não começou bem, mas como não tem o seu botão de "Reset"... O jeito é recomeçar o computador, apertar o botão do "Reset" do computador.

Alguns estalidos, dizeres, "incapable!", é a tua mãe!, e uma tela nova: scandisk. Na tela uma advertência: Como você não desligou adequadamente o computador... Mierda! (que significa merda em espanhol!...

Formas de Reescrever a História

A coisa funciona mais ou menos assim: Você foi uma das testemunhas de um determinado momento histórico, não ficou sabendo simplesmente "por ouvir dizer". Como qualquer testemunha, processa os dados de que tem conhecimento e forma um juízo de valor sobre os fatos, faz o seu registro histórico dos fatos.

De repente, você começa a ler que "aquilo que você viveu não foi do jeito que você viveu", ou seja, você viu, mas parece que, afinal, não viu, ou foi uma ilusão, ou passou alguns anos alcoolizado, porque agora a história que você lê já é outra, está totalmente diferente, a história mudou (?).

A este fenômeno se chama "reescrever a história". Um distânciamento entre a história fática - como ela foi vivida -, e a "história oficial", ou a nova versão da história que vai sendo contada e recontada até que se torne a "única história" crível. Tanto maior é a possibilidade de que isso dê certo, quanto maior o grau de envolvimento daqueles que passam a contar esta nova história.

Um dia em continuo nesse assunto...

Monday, November 28, 2005

Blogs Órfãos

Diga - 28/11/2005

Uma amiga dizia: acho que tens mais de 50 blogs, não é? Não sei ao certo, mas acho que não chegam a tantos assim. Uma hora vou tentar "reunir toda a tropa", para ver se consigo descobrir o número exato. A verdade é que, independente de quantos sejam eles, do número deles, qualquer que seja este número, será muito! Serão blogs demais! A culpa é só minha, de ter "olho grande", é claro.

Quer dizer, nem em todos eu sou o único culpado, por exemplo, neste aqui, o Diga, quem começou foi a minha filha; depois ele foi cruelmente abandonado, e deixado sem pai nem mãe, largado para morrer num canto. Pronto! Fiquei penalizado, logo um blog com um nome tão bonitinho e sugestivo, "Diga", pronto! O mal (ou o bem?) estava feito, adotei o blog órfão, e mais um...

O problema não é outro senão arrumar assunto para tanto espaço disponível! Normalmente o problema é o contrário, não é mesmo? Pois o meu é esse mesmo, excesso de espaço. Haja realidade, e haja ficção, e haja histórias, e haja criatividade para tantas páginas.

Sunday, November 27, 2005

Bolinando

Perdas e Ganhos - 27/11/2005

Bolinando
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Oh! Bons augúrios... / Que fazem florescer / Na recôndita candura / Uma espécie de fervor

Essas mãos calientes / No apostólico regaço / Em fugazes passagens / Um alvoroço a provocar

O corpo prostrado / Mente fingida candura / Que os olhos confessam / Gostar e querer mais
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Domrs - © 2005

O Regime da Piedade

Bandeide - 27/11/2005

Masbah - 28/11/2005

Agora que está chegando o verão, dizem que é chegada a época de estar em boa forma - como se no resto do ano se pudesse estar em má forma! Para quem resolve adotar uma dieta pode ser uma boa opção desenvolver uma espécie de fagofobia, o medo de engolir ou de comer.

Talvez a expressão não seja bem essa, mas funciona assim: você começa a desenvolver uma espécie de piedade com os alimentos, a lembrar do que eles foram no passado, a resgatar a individualidade de cada um deles. Nesse apiedar-se você começa também a perder o apetite.

Você olha o assado maravilhoso de carneiro, a cor de um dourado fantástico, um perfume que recende a ervas finas e raras, hummm... Mas aí você lembra da ovelhinha, coitadinha, toda alva, branquinha, que foi cruelmente imolada em prol desse petisco. Puft... lá se foi o seu apetite.

Quem sabe uma lagosta? Com aquela carne branca e tenra, suave, saborosa, um verdadeiro petisco, um hummmmmm... também! Mas aí você começa a lembrar do animalzinho sendo cozido ainda vivo em uma panela de água fervente, morte cruel e violenta, não há condições de manter o apetite desse jeito, e puft... novamente, sem fome.

E, de petisco em petisco, você vai descobrindo que tudo aquilo que hoje se tranformou na sua comida já foi "um alguém", um ser vivente no passado, até mesmo os vegetais! Quanto mais piedade você tiver, menos comerá e logo você vai emagrecer. É o chamado "regime da piedade". Senão de você mesmo(a), piedade dos outros seres...

Ele não joga, mas fiscaliza...

Domrs - 27/11/2005



Eu já havia escrito um post no dia 30 de outubro passado com o título "Não me faz te pegar nojo", o qual versava sobre a ridícula, descarada, e nada profissional torcida que a equipe de esportes da Globo fazia em prol de determinado piloto, filho de um profissional da emissora, quando narrava os eventos da Stock Car Brasil.

A mim pouco se me dá se que o dito cujo seja filho, ou seja lá qual for o parentesco, de alguém da emissora. A obrigação dos profissionais da rede - uma concessão do serviço público - é trasmitir qualquer evento com a imparcialidade e o profissionalismo devidos.

Agora há pouco terminou a última prova da temporada, o Grande Prêmio de Interlagos, e, como diz o título desse post, "Ele - voces sabem quem - não joga, mas fiscaliza...". O vencedor da prova foi Hoover Orsi e Giuliano Losacco chegou em terceiro na frente do "cara aquele preferido global", o suficiente para ser o justo, merecido, legítimo, único e insofismável Bicampeão da categoria.

Morram de raiva pessoal do Esporte da Globo...

Saturday, November 26, 2005

Adeus

Morango Com Chocolate - 26/11/2005

Adeus
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Adeus é um até logo duradouro
E para sempre é um nunca mais
É viver em amanhecer sombrios
Nas manhãs vazias do dia-a-dia
Que se arrastam com tua falta...
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Domrs - ©2005

A curiosidade e os ídolos...

Perdas e Ganhos - 26/11/2005

Eu não me considero uma pessoa curiosa, não sei se isso é qualidade ou defeito, bom ou ruim, este é o meu jeito de ser. Dentro desse tema, não consigo entender a fixação que as pessoas têm pela vida das celebridades. Meu posicionamento, nesses casos, é um só: interessa-me a parte pública e profissional, quanto à parte privada, não me diz respeito, não conta.

Ah!, mas para entender o trabalho de determinado pintor é necessário entender as motivações psicológicas que o levaram... Tudo bem - ou tudo mal -, nesse caso eu ficarei sem saber as suas motivações psicológicas - a menos que seja possível ler um estudo, uma biografia, que isso seja do conhecimento público -, tentarei entender o seu trabalho daquilo que eu possa depreender observando as suas telas.

Resta incompreensível, para mim, esse verdadeiro culto à pessoa do artista; esse verdadeiro endeusamento irracional que os fãs tem para com os seus ídolos. Todos querendo saber se o ídolo casou, se não casou, se saiu, ou com quem saiu ou se está saindo. Só quero saber se é um bom cantor, compositor, pintor, ator, enfim, se é competente na profissão que escolheu.

Acho até válido quando alguém, como no caso do Pelé, ao falar de si, do atleta, usa a terceira pessoa do singular - embora muitos achem este tipo de comportamento pedante. Ao falar como se fosse uma outra pessoa, ele parece querer enfatizar, separar a pessoa Edson Arantes do Nascimento - esposo, pai, empresário, etc - da figura pública, do atleta mundialmente conhecido, Pelé.

Marcha dos "sem", mas com ideologia

Bandeide - 26/11/2005

Os movimentos denominados dos "sem" crescem a cada dia. Inaugurados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, ganharam a adesão de outros tantos "Sem". Hoje, além dos "Sem Terra", se fala nos "Sem Teto", nos "Sem Emprego", nos "Sem Universidade" e outros tantos que desconheço. Todos defendem basicamente uma suposta obrigação do estado de ceder gratuitamente alguma coisa - o que normalmente consta do "sem" de cada movimento - para todos os seus integrantes.

Seria inocência pensar nesses movimentos com o objetivo único de defender a bandeira das suas reivindicações, obter o "sem" que lhe falta; a verdade é que todos eles estão mais ou menos infiltrados de elementos oriundos dos partidos, cuja finalidade é tentar obter vantagens políticas em cima destes. Caso claro é do MST, fundado nitidamente por inspiração Petista, que, com a assunção do governo pelo partido, ficou meio perdido, "sem ter contra quem protestar".

Caso semelhante ocorreu com o CPERGS/Sindicato - órgão representativo da classe dos professores do Estado do Rio Grande do Sul -; o movimento, antes de estar totalmente dirigido para a representação dos interesses do professorado, sempre se comportou com um posicionamento claramente político - apoiado e apoiante do Partido dos Trabalhadores. Quando o Partido assumiu o Governo do Estado, o movimento praticamente sumiu. Agora, depois que o partido voltou para a oposição, o Movimento "experimentou um repentino reviver".

Não é diferente o quadro que se apresenta na maioria do movimento sindical - totalmente politizado -, onde o que menos se busca é o interesse do sindicalizado.

Em Porto Alegre realizou-se a "Décima Marcha dos Sem", dita contra a política internacional (?), nacional e estadual (?). Tudo na tentativa de não fazer oposição declarada a quem de fato deveria ser feita, a política do Presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores. A inclusão das pautas "internacional" e "estadual" é mero "despiste", um embuste que não deve ser levado a sério.
Presentes na passeata, além dos "Sem" de todas as espécies, os partidos com das bandeiras vermelhas de sempre, a CUT e os, agora, revividos professores...

Milhões em Ação

Domrs - 26/11/2005

O ditado é velho, mas a comparação é boa: "Estatística é como biquini, mostra tudo menos o essencial". Você quer ver como eu tenho razão? A renda média entre mim, o Bill Gaites e o Donald Trump, deve andar na casa dos bilhões de dólares anuais; enquanto isso, eu ando matando cachorro a grito por aqui.

O IBGE divulgou há pouco que a taxa de fecundidade das mulheres brasileiras está em 2,1 filhos. O número em si não quer dizer muito, porque ele é o resultante de uma taxa que tende para zero nas camadas A, B e C (mais ricas), enquanto que as camadas D e E (mais pobres) da população tem um taxa acima de cinco.

Resultado: continuamos aumentando a pobreza no País; e não resolve criar esses programas governamentais demagógicos e eleitoreiros - fomes zero e outros - que têm aos montes por aí, porque eles não resolvem absolutamente nada. Já está mais do que provado que os nossos amigos políticos têm o maior interesse na manutenção desse estado de coisas.

Iguais ao cachorro que corre atrás do rabo, não chegamos a lugar nenhum. Como atender a uma população crescente de desvalidos, deseducados, desasistidos, desnutridos, e todos os "des" que vocês possam imaginar?; enfim, somos vítimas de governantes e políticos des-almados.

Acham que é um outro exagero? Lembram dos idos de 1970? Fazem apenas 35 anos, naquela época nós éramos, conforme diziam os versos da música "90 milhões em ação"? Hoje já dobramos esse número, somos agora 182 milhões em ação. Perto de noventa milhões já é o número de pessoas que vivem em condições de miserabilidade hoje no País.

Livre...

Adido - 26/11/2005

Livre
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Voa alto e vai ser livre,
seguindo o teu destino.
Busca a vida, que é breve,
seja um falcão a planar.

Cativa a tua graça fenece
Dessas asas soltas precisas
Desse livre vagar pelo ar

Eu não serei o teu algoz
Aquele que ao solo te liga,
E nega teus sonhos buscar.
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Domrs - ©2005

O VERDADEIRO AMOR LIBERTA.
Ninguém se apropria de ninguém, o verdadeiro amor liberta, não submete o ser amado a nenhum jugo. O ser amado fica ou volta pelos elos invisíveis do amor, não pelos elos da escravidão.

Friday, November 25, 2005

Vender a Alma ao Diabo

Veja e Leia - 25/11/2005

Não sei se o título deste post está bem correto; mas tudo bem, vamos desenvolver o assunto e depois teremos condição de julgar a sua adequação com o teor do texto. Eu quero falar sobre o Campeonato Brasileiro de Futebol deste ano, principalmente dessa confusão toda que se instalou depois da descoberta que havia manipulação de alguns resultados por parte de um ou dois árbitros.

Primeiro é preciso dizer que os acontecimentos só me interessam no campo da repercussão social dos fatos, ou seja, a análise do futebol como uma diversão do nosso povo. Eu respeito os apaixonados pelo esporte, mas pouco se me dá os aspectos esportivos, clubísticos, de torcedor, quem vai ganhar de quem, etc.

Segundo dizem alguns entendidos em legislação esportiva, as partidas não poderiam ter sido anuladas sem uma análise mais detalhada de cada uma delas. O fator determinante da anulaçao não seria a afirmação dos autores das supostas fraudes na arbitragem, mas a constatação fática da existência das fraudes. Esse procedimento evitaria que no futuro se anulasse qualquer jogo baseado na simples declaração de um árbitro.

Assim, a anulação das partidas teria sido um erro. Segundo dizem que não teria sido bem um erro, mas sim uma "solução de encomenda", visto que a decisão favoreceu o Corinthians, um dos times de maior torcida do Brasil. O favorecimento do time favoreceria o aumento da audiência, que, por sua vez, favoreceria a venda de pacotes da Globo cabo, etc; são boatos, não posso falar nada sobre o assunto, confesso que não sei nada a respeito.

Eu acho que os clubes brasileiros "venderam a alma ao diabo" quando negociaram a transmissão do campeonato. A rigor, quando assim procederam acabaram por perder o contrôle administrativo e técnico do certame, agora tudo é feito para beneficiar horários (o futebol chegou ao absurdo de perder o horário das nove - um fenômeno mundial - por causa da novela da nove!), datas, fórmulas que atendam a emissora detentora dos direitos de transmissão.

Pode-se alegar que havia a necessidade de captar recursos financeiros para atender aos compromissos dos clubes, os eternamente endividados; mas eu acho que sempre houve incompetência - ou má fé? - administrativa na maioria dos clubes brasileiros. Agora, quem vendeu sua alma que não chore quando chega o momento de efetuar a entrega...

Cinema Cego - Trilha Sonora

Morango Com Chocolate - 25/11/2005

Um filme é, antes de tudo, um espetáculo visual, o cinema nasceu mudo e só aprendeu a falar algum tempo depois. É verdade, desde seus primórdios, o cinema desenvolveu uma íntima parceria com a música, o cinema era mudo, mas um pianista (algumas vezes até mesmo uma orquestra!) era o encarregado de criar um clima apropriado nas cenas.

Deduzo do que eu consigo ouvir: um filme está passando num aparelho de televisão ao longe, é um filme em inglês, com diálogos curtos. Algumas poucas palavras percorrem ziguezagueando os cômodos da casa e chegam até mim, quase indecifráveis, escuto um "hey mister" e pouca coisa mais.

Consigo ouvir com mais nitidez as músicas, a trilha sonora, notas retumbantes, venturosas, que transmitem uma história, de uma brava gente, quem sabe? Quem seriam estes heróicos resistentes?São vozes entrecortadas por melodias pungentes. Repentinamente, ao longe, um violino chora lamentoso.

Por quem se lastimam as notas sonoras? Alguém que morreu? Ou alguém que partiu? Logo a seguir a calma é cortada, abruptamente, pelos ecos de um bumbo que ressoa forte! São novos gritos, agitos. Passos. Um ataque forte dos metais anuncia que se aproxima um momento capital. A música atinge o seu auge para, aos poucos, ir decaindo até atingir uma certa estabilidade, como se caminhasee por uma planície sonora. Tudo está consumado.

Quem venceu? Quem perdeu? Não sei, resisti à tentação de ir até a sala e olhar, não ficarei sabendo jamais. Entra a música tema do filme, eu fico a imaginar que a esta hora devem estar sendo apresentados os créditos do filme, aquela seqüência interminavel de nomes. Não sei se é um bom ou mau filme. Só sei que tem uma bela trilha sonora.

República Metalúrgica

Bandeide - 25/11/2005

Nós que já tivemos uma República das Alagoas, agora temos uma República Metalúrgica. O que mais me chamou a atenção no depoimento de Paulo Okamotto*, atual Presidente do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, durante o seu depoimento prestado à CPI dos Bingos, foram suas declarações prévias, antes do interrogatório propriamente dito, quando forneceu as suas qualificações, aquilo que deveria servir de aval na sua indicação para o desempenho de tão importante cargo na administração pública do País.

Fui tesoureiro na campanha do presidente Lula (?), sou técnico de nível médio formado na operação de fresadoras industriais (?) e metalúrgico durante vinte e cinco anos (?), disse Paulo Okamotto. Qualificações interessantes e suficientes para qualquer empregado de uma fábrica, de uma empresa metalúrgica, mas que necessariamente não qualificam ninguém como administrador de empresa pública. E esse é justamente um dos maiores problemas na administração desse País. O caso do Sr. Okamotto é emblemático, representa uma plêiade de apadrinhados do poder cujo única qualificação é esta mesmo, a de serem apadrinhados do poder.

Não há como pensar em políticas públicas de estado, em eficiência do aparelho estatal, quando há o descarado aparelhamento do Estado pelos partidos que estão no poder. Hoje temos 30 mil cargos de confiança só na área do governo federal. Você acha pouco? Pense que nos Estados Unidos, um país muito maior economica, territorialmente e populacionalmente, são 5 mil cargos.

Mas não pense que este estado de coisas irá mudar. Não há o mínimo interesse político na mudança, todos querem participar desse "loteamento de cargos", da "corrida às burras da viúva". Espere até um novo governo assumir o controle do País e você verá tudo se repetir. Até lá o jeito é assistir o Sr. Paulo ir "fresando" sabiamente os destinos do nosso Sebrae.

* Sobre o depoimento em si, é difícil emitir uma opinião definitiva, mas qualquer pagamento em "dinheiro vivo" para mim sempre é altamente suspeito (ainda mais quando se trata de uma quantia razoável, como no caso, R$ 29.436,00). Qual o motivo? Evitar o rastreamento do cheque?

Motor Da Vida

Domrs - 25/11/2005

Conforme avança a cilindrada dos anos, o motor perde um pouco da compressão, a faísca - já cansada - algumas vezes se atrasa, não é sempre que pega na primeira (nem vá pensar numa segunda!). Quem não lembra dos bons tempos? A máquina bem afiada, um verdadeiro luxo! Beleza aquele "um ponto oito", uma litragem especial! Motor enxuto, ligeiro, não abaixava a cabeça pra ninguém, era um tudo! Um verdadeiro animal!

Depois de tempo, se convença, a cilindragem avança, tudo desanda, despenca, vai tudo lomba abaixo e, quando você menos espera, já está equipado com um "quatro alguma coisa". Não acredita? Pense bem! Eu já estou num cinco ponto três". Mas não reclame de tudo, que embora seja um motor pesadão, não dá pra reclamar de todo, ainda é máquina de alguma confiança, quase coisa de burguês! Bem regulado vira gatinho! Gira suave e ruge forte, nas horas do preciso vira tigre javanês. Não vasa, não tosse ou sacode; nem poluí a atmosfera ou algum tipo de gás ele libera.

Antes que em marcha ele se ponha, que, digamos, o bicho se disponha, e diga "pronto, aqui estou", vai um conselho: não elogie, ainda é cedo. Esse tipo de equipamento é dengoso, por qualquer coisa banca o manhoso e depois só dá arranque com um bom tranco. Vá com calma, ele não é mais desses motores modernos, filho da nova tecnologia, pode esquecer dos bi ou tri, combustível, este é bicho da antiga engenharia, um bicho papão, que come só o que bem quer e na hora que se dispuser.

Meu amigo não vá deixar esse motor no abandono, tenha com ele sempre o maior cuidado, não faça dele um cão sem dono. Mesmo com folga, com seu uso e nessa idade, nem que seja por costume e caridade, ele vai enfrentar qualquer carreira. A diversão é coisa garantida e, de brincadeira em brincadeira, vai andando pela vida, aumentando sempre a distância percorrida, que devagar se chega longe.

Quem eu procuro?

Morango Com Chocolate - 25/11/2005

Perdas e Ganhos - 25/11/2005

É uma queixa comum atualmente, as dificuldades de estabelecer e manter uma relação amorosa. Para comprovar essa afirmação, não é necessário buscar socorro de nenhuma estatística, basta estar de ouvidos abertos para esse verdadeiro muro de lamentações que se ouve de amigos e, principalmente, de amigas por aí. É verdade, algo vai mal mesmo no terreno das relações amorosas.

Esses dias lí um artigo da Alê Félix, do Blog Amarulha com Sucrilhos, em que ela afirmava que o principal problema das mulheres na atualidade - excetuando-se as lésbicas - era o de não assumir o seu comportamento lésbico. Calma, eu explico o que a Alê quis dizer: que a maioria das mulheres procura nos homens tantas características femininas, que, na verdade, não procura um homem, mas uma semelhante, uma mulher.

Essa talvez seja uma das pistas, pode parecer o óbvio, mas é preciso reconhecer e aceitar as diferenças entre os sexos, que são diferenças nítidas de comportamento, de gostos, de atitudes, na formação da psiquê, nos complexos, um homem nunca será uma mulher. Ele não é sensível, ele não é delicado, ele não é atencioso, ele não é... uma mulher!

Eu estava pesquisando este assunto na internet e achei uma página, onde um cara altamente reacionário escreve um artigo extenso, explicando o porquê dos relacionamentos fracassarem. Segundo ele, as mulheres só buscam maridos na sociedade atual com três finalidades:

"1. proporcionar segurança material e emocional;2. ser exibido para a sociedade, principalmente para as fêmeas rivais, como prova de que não se está 'encalhada';3. levar chifres".
Eu heim! Hehehehehe!

Thursday, November 24, 2005

O Cachorro Com Um Relógio Na Barriga

Domrs - 24/11/2005

Milho e Zidane
A dupla de bassets: Milho(E) e Zidane(D).

A gente fica velho - a mulher que não me ouça! -, os filhos não providenciam os netos, e velho sem ter o que fazer em casa, você já viu né, só faz bobagens! Não é tanto assim, desconte um bocado de exageros que faço nessa minha afirmação: não estou tão velho, nem tão desocupado, e nem faço tantas bobagens assim - só algumas (hehehe!).

Mas quanto aos netos é verdade! Os netos sempre ajudam a preencher a necessidade psicológica do instinto paternal/maternal - já que a capacidade biológica para gerar já foi pro saco faz muito tempo. Mas não se trata de providenciar uma adoção; é algo diferente, um filho não é nada igual a um neto, mal comparando, um neto está para um filho assim como uma casa na praia está para um escritório profissional.

Basset das HorasA solução é arrumar substitutos, encontrar outros "fofinhos" do vovô e da vovó. Mas quem? Ora, cachorrinhos! Duas criaturinhas amáveis, dóceis, companheiros, enfim, tudo! Cada um com o seu cada um, nós escolhemos dois Basset Hound, as pernas curtas, as orelhas longas e com focinho de cachorro. Que me perdoem os fãs de outras raças, daqueles cachorros com fachada reta, mas cachorro sem focinho não é cachorro.

O primeiro chegou em 1998, época em que disputávamos o mundial de futebol na França, aquele vexame, lembram? Aqueles 3 x 0 que sofremos na final contra os donos da casa, lembram quem foi o autor de dois gols no jogo, quem nos fez aquela cachorrada? Ele mesmo: Zizou, e em homenagem ao cara batizamos o basset com o nome de Zenedine Zidane. O segundo chegou este ano, foi adotado, já veio grande e com nome registrado: Milho.

Aqui em casa não é necessário despertador, todos os dias, todas as santas manhãs, sete horas em ponto, sem atraso, toca alguma espécie de relógio na barriga do Zidane. É hora da caminhada matinal, começa a ladainha: "uuuu", "uuuu". O jeito, para não acordar toda a vizinhança, é levantar, atender logo ao pedido dos bichos.
Bandeide - 24/11/2005

Estava pensando em quais seriam as Minhas Dez Músicas Favoritas De Todos os Tempos. É difícil selecionar entre tantas, num universo tão vasto, a injustiça é quase garantida. Mas vamos lá, vamos tentar:

1. Fascinação - Elis Regina
1. Sweet child o mine - Guns n' roses
2. Satisfaction, Rolling Stones
3. Hey, Jude, Beatles
4. Imagine, John Lennon
5. Bohemian Rhapsody, Queen
6. Smells Like Teen Spirit, Nirvana
7. Every Breath You Take, Police
8. Billie Jean, Michael Jackson
9. Another Brick In The Wall, Pink Floyd
10. With or Without You, U2

E onde eu coloco Águas de Março, O bêbado e a equilibrista, Nervos de Aço do Lupicínio Rodrigues, as do Milton, as do Chico Buarque, Noel, Caetano, sem condições...

Wednesday, November 23, 2005

-Segurança - Correndo Riscos

Bandeide-Br - 23/11/2005

Há algum tempo nosso atual presidente chegou a tentar fazer renascer a novilíngua - a línguagem de ficção criada por George Orwell no seu livro intitulado 1984.
...
(Este é um post realmente longo sobre as causas da atual falta de segurança no País. Se você desejar conferir todo o artigo clique no link acima para conferi-lo no Blog Bandeide_Br. Obrigado)

Fazendo Aquilo

Morango Com Chocolate - 23/11/2005

Presidente Lula da Silva

Frase do nosso querido presidente que li na coluna do Elio Gaspari: "Lula justificou as malfeitorias contábeis de seu partido dizendo que eles fizeram 'do ponto de vista eleitoral o que é feito no Brasil sistematicamente'". O que será que eles tem feito com o Brasil sistematicamente? Será que é aquilo que eu estou pensando?

Outra frase, mas minha: "São tantas as idas e vindas, são tantas as manobras legais protelatórias, que, a rigor, o Deputado José Dirceu não exerce mais um mandato parlamentar, exerce um mandado de segurança".

Lugares Comuns...

Masbah - 23/11/2005

Lugar comum não é nada criativo, nada elegante, a sua única vantagem (se é que existe ou pode se considerar como uma) deve estar nessa sensação familiar que ele provoca, de união, algo que todo mundo sabe. Não é a toa* que falamos do clima e de outras abobrinhas quando queremos suavizar ou introduzir um diálogo com algum desconhecido.
Está quente não é? A pergunta, normalmente dirigida embaixo de um calor de 40 graus, é de uma obviedade, desnecessidade e falta de objetividade escancarada. Mas cumpre o seu papel de estabelecer um diálogo. Muitas vezes vem de lá um "é", lacônico, carregado de: "vê se te fraga, meu, este teu papo de secar oceanos não vai te levar a lugar algum". Acontece... mas, às vezes, funciona.
Aqui nos blogs não é diferente, onde os comentários são uma espécie de canal de comunicação entre os blogueiros (eta palavrinha feia!). Aqui nem sempre é fácil acertar o tema, a pergunta, o "lugar comum" que vai estabelecer a troca de mensagens com o seu leitor. Eu sempre disse, depois de anos blogando, que não vejo uma lógica no processo, as vezes o texto mais absurdo, ou uma simples palavra gera multidões de comentários.
Deve existir alguma mágica, mas qual será?

Monday, November 21, 2005

A Importância do Fio de Bigode

Bandeide - 21/11/2005

Bandeide-Br - 21/11/2005

A palavra não existe: "legismania", vocábulo formado pela justaposição de "lex", legis, do latim, que significa lei, mais "mania", do grego, que significa hábito, prática repetitiva. Assim teríamos legismania, a mania de leis. Nós, os brasileiros, temos essa mania de leis, achamos que tudo se resolve com uma nova lei.

Não estou defendendo uma sociedade anárquica, mas, por exemplo, escuto agora nossos dignos representantes no Senado e na Câmara afirmarem que a única maneira de acabar com o caixa dois nas campanhas eleitorais é aprovando uma nova lei que imponha penas mais severas para a prática. Parecem querer nos dizer: aprovem uma nova lei por que do jeito que está o crime compensa!

Esse é um dos nossos maiores problemas, não somos éticos, somos legalistas, nós não deixamos de fazer qualquer coisa por que um mandamento ético (ou pelo que a consciência) nos aponta como errado; não!, isso não é motivo suficiente, só se o gesto considerado for cominado ilegal. Mesmo assim, ainda vamos cogitar da pena, sabe como é, muitas vezes a pena é branda, e neste caso o crime compensa!

É isso mesmo que você está lendo amigo, para que uma sociedade seja considerada evoluída, para que as coisas dêem certo, é preciso que a maioria dos cidadãos honrem o mandamento do "fio de bigode", isto é, que façam as coisas porque acreditam que é o certo a ser feito, e só por isso!, e não por que alguém escreveu algo num pedaço de papel.

Certamente sempre haverão aqueles que não seguirão os mandames éticos, mas esses devem ser minoria, a escória, os pulhas que sempre existem em qualquer grupo.

Perdas e Ganhos

Perdas e Ganhos - 21/11/2005

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"Oh! Pedaço arrancado de mim...
Oh! Metade arrancada de mim...
A saudade é o revés do parto
A saudade é arrumar o quarto
do filho que já morreu..."
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Este é um dos versos mais tristes, mais pungentes e mais bonitos da poesia brasileira. É obra de alguém, nada menos que um gênio, que construiu uma prece em forma de canção, uma elegia à saudade: Chico Buarque de Holanda. E é com estes versos que eu início este blog, o Perdas e Ganhos.

A escolha deste nome (outema) para o meu blog não está associada a nenhuma grande perda em especial que eu tenha sofrido, mas, ao mesmo tempo, "c'est la vie", nós todos estamos sujeitos a perdas e a ganhos. Veja este exemplo: Ninguém envelhece sem perder algum tempo de vida, mas sempre ganha experiência.

Santos de Ocasião

Domrs - 21/11/2005

Tem coisas que são fáceis, tem as que nem tanto assim. Dito assim, isso parece ser a nova filosofia "luliana_da_silva", mas eu asseguro que não. É fácil ao pobre não ser consumista, a uma feiosa ser a maior defensora da castidade, aos corintianos defender o juiz que anulou os jogos que o timão perdeu, porque essas são coisas que a cada um deles convém. Não é culpa de ninguém, nós somos assim mesmo, os fiéis discípulos de São Mateus: que sempre apregoa, tudo bem, desde que "primeiro sejam os meus".

Recebi um email com um artigo afirmando que "um povo que não luta e se comporta como gado, (sic) mugindo diante dos acontecimentos, colabora com o subdesenvolvimento do país". Forte isso, bem forte. Não sei se é bem este o caso e, como quase sempre acaba acontecendo nessas afirmações bombásticas, o pecado vem pela generalização.

Eu penso que tem gente que não reclama por que não sabe nem o que veio fazer nesse mundo de meu Deus, os inocentes de pai e mãe (que Deus os abençoe e os receba no seu reino, amém!); outros porque a situação não é para reclamar, são os que auferem lucros do jeito que a coisa está, os que mamam nas tetas do governo; depois têm a turma que não reclama por que são os que remam conforme a onda, pensam mais ou menos assim: "o governo faz de conta que justica o imposto que eu faço de conta que pago", ou seja, no final fica tudo bem, no zero a zero.

Eu fico naquela turma lá de cima, a turma dos pobres sem opção, das beatas feias de ocasião e dos torcedores do timão, não posso ficar arrotando "dignidades" que não assumi por livre e espontânea vontade; é verdade: eu pago meus impostos! Mas pago por que não tenho como fugir, o infeliz do leão me pega na fonte. Se existe gente que pode fugir e não foge, que paga expontâneamente? Bonitona, avião e carola? Corintiano querendo devolver os pontos? Tem é? Aonde? Quem são esses santos?

Sunday, November 20, 2005

Budapest

Morango e Chocolate - 20/11/2005

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Budapest
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Ora, raios! O que significa(va) Budapest para mim?. Muito pouca coisa, e já vou dizendo que conto com a sorte, que um húngaro não me leia!, ou se o fizer, que não desista da leitura antes do fim, antes que eu me explique.

O "paraíso do leste europeu", aqueles escritos coloridos dos selos nos tempos de menino: Magyar Posta; um circuito da fórmula1, dos tempos em que a habilidade ainda habitava as pistas, as saudosas tardes de Senna em Hungaroring; ou a velha canção do Jethro Tull que diz assim:"...perfect smile in Budapest... hot night in Budapest". E só.

Depois disso veio a mim o livro do Chico Buarque de Holanda, Budapest. Em Budapest Chico informa pouco, conta pouco, mas escreve muito. Cria e navega num mundo onde tudo é dual. O personagens, narradores, autores, mulheres, linguagens e até o cenário, a cidade, Budapest, a junção de outras duas separadas por um rio: a antiga Buda e a moderna Pest*.

Só consegui chegar até Budapest - novamente o caráter dual!-, o livro, um ano após o seu lançamento. Gostei, Chico escolhe as palavras com maestria, é criativo e conciso - preciso.

* A cidade de Budapeste nasceu oficialmente em 1873, com a união de três municípios distintos: Buda, Peste e Ôbuda. A cidade é definida essencialmente por sua relação com o rio Danúbio, que corre neste trecho no sentido Norte-Sul e separa o lado de Buda (a oeste) de Peste (a leste). Quase todas as áreas turísticas e de interesse encontram-se nas margens do rio ou próximas a ele.
Das oito pontes que atravessam o Danúbio na capital, quatro são mais centrais: de Norte para Sul, as pontes Margit (Margarida), das correntes ou Széchenyi (a primeira ponte permanente da cidade, construída em 1849, leva o nome do construtor), Erzsébet (Isabel, em homenagem à Imperatriz Áustro-Húngara) e Szabadság (liberdade). - Fonte: http://www.brazil.hu/pb-embaixada.htm.

Saturday, November 19, 2005

19 de Novembro

Bandeide - 19/11/2005

Navio Negreiro - Castro Alves
...


Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...


Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

De Tudo Um Pouco, Um Pouco de Nada

Bandeide-Br - 19/11/2005

Nem tudo neste mundo - nem vamos entrar no campo da metafisica! - segue uma lógica insofismável, quem procura explicação para tudo acaba ficando maluco. Quer uma pequena prova? Em pleno século XXI ainda vivemos cercados de contradições: gente que aposta no Comunismo - regime sem modelos e que ninguém ao certo sabe bem o que é ou no que vai dar; gente que ainda sobrevive como colunista social (?); gente que acredita que a Yoko Ono não é desse planeta (eu, inclusive!); ou gente que pode dizer com certeza o que o Michael Jackson fazia vestido de mulher num banheiro feminino em Dubai (?).

Continuamos sendo estas criaturas contraditórias, especializadas no "faça o que eu digo, mas nem sequer tente fazer o que eu faço!". Nosso querido presidente numa semana afirma com todas as letras, jura de pés juntos que apóia as CPIs que investigam denúncias no seu governo, mas na outra coloca a funcionar toda a máquina estatal para derrubá-las. Quem é capaz de acreditar na palavra, na boa intenção dessa gente? Depois vivem se queixando que político não tem credibilidade nenhuma (eu ainda acho que tem muita, era pra ter menos!).

Podem instaurar quantos processos quiserem, mas nunca se conseguirá impor a verdadeira ética dentro do Congresso. O PTB, partido de Roberto Jefferson, que foi quem desencadeou todas essas CPI's que estão instauradas no Congresso no momento, é da base governista. O Deputado Ricardo Izar (PTB-SP), o próprio Presidente do Conselho de Ética, retirou a sua assinatura da lista daqueles que desejavam a prorrogação da CPI dos Correios. Seria uma atitude ética para o Presidente do Conselho de Ética?

Mudando de assunto, já que a nossa política só passa por downgrade, ao contrário, a Web passa por um upgrade; atualmente o mundo fala numa nova versão, a 2.0 da Web - forçando o entendimento de que a anterior seria a 1.0. Resumindo, vamos citar alguns recursos típicos dessa nova web 2.0: blogs, Flick(fotos), BitTorrent (Distr. de Conteúdo), Napster (Distr. de Música), Wikipedia (Enciclopédia), Google AdSense (Publicidade) - Para quem tem interesse em obter maiores dados sobre algum ítem citado é só pesquisar os endereços no Google.

No mais, tudo normal (é, normal?)... Um grande abraço pra quem é de abraço, beijo pra quem e de beijo e até mais.

Friday, November 18, 2005

Nota(Final) Sobre o Mensalão

Domrs - 18/11/2005

Tendo em vista a total incapacidade da chamada Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão de apresentar a Folha de Pagamento, hollerits assinados pelos parlamentares que receberam os valores, registros adequados nas Carteiras do Trabalho e Previdência Social - CTPS (com os devidos contratos de trabalho e valores acertados a título de ressarcimento - mensalão), ou até, quem sabe?, os comprovantes da emissão e recolhimento dos encargos trabalhistas respectivos devidos pela operação.

Em suma, pela falta total e completa da apresentação de qualquer dos documentos que normalmente comprovam a existência de um vínculo empregatício, no caso em espécie entre os senhores parlamentares e o Partido dos Trabalhadores, o Presidente Lula declarou que a referida comissão parlamentar de inquérito encerrou seus trabalhos sem conseguir comprovar a existência do pagamento da referida propina.

I.e., assunto encerrado, não houve, inexistiu, ponto final, caput, fim de história, acabou a novela, the end, c'est fini, fine, e chega!

Amanhecer

Domrs - 18/11/2005
Amanhecer
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O alvorecer, no crepúsculo / Grita por todos os confins / Removendo as teias da noite / Derramando luz nos jardins

Paro, sem mexer um músculo, / Contemplando o sol espraiar / Assistente de uma sinfonia / Onde o amanhecer é melodia

Silente, rezo minha prece / Ao Pai do Céu, a Mãe Maria / Com gratidão pela alegria / De estar vivo mais um dia
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Domrs - © 2005

A Rua do Édem

Morango e Chocolate - 15/11/2005

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A Rua do Édem
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A rua do édem / Não consta do mapa / Onde estão avenidas / Daqueles que moram / No reino dos céus

Na rua do édem / Não moram escolhidos / Nem eleitos, a nata / Só os seus excluídos / Que vivem ao léu

Vias, gente e bicho / Todos se cruzam / Sodoma e Gomorra / É lugar de pachorra / Perto dela é quartel

Na rua do édem / Não há inocentes / Nem entre os infantes / Detrás desses muros / São todos impuros / Lá habitam os réus

Na rua do édem / Meninas pequenas / Brincam contentes / Com suas bonecas / De dentro do ventre / Que as lojas não tem

Na rua do édem / Não existem sobrados / Ou edifícios vistosos / Só sepulcros caiados / Onde damas suspeitas / Trabalham em bordéis

Na rua do édem / Não há excelências / Senhores, doutores / Moram só os formados / Em escola malandra / Que não entrega papel

Na rua do édem / Não há um passado Presente ou futuro / Lá viver é exconjuro / E morrer, uma sorte, Azeitona em pastel!
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Domrs - ©2005

Thursday, November 17, 2005

O Homem Que Sabia Internetês

Bandeide - 17/11/2005

Bandeide-Br - 17/11/2005

Internetês: nome da nova línguagem dos membros da internet, que nasceu visando simplicar o processo de digitação dos dados nos teclados dos computadores. Sem que houvesse o ensinamento, a transmissão correta da técnica de digitação - que permite a utilização do teclado com o uso dos dez dedos - , advinda da ancestral datilografia, os usuários passaram a utilizar apenas os dois dedos indicadores para a tarefa. A chamada "geração dos catadores de milho".

A correta acentuação da língua portuguesa exige ainda mais, exige a utilização das teclas de função (ctrl, alt, shift, etc.) em combinação com outras para gerar os caracteres acentuados. O que já difícil - para quem não domina a datilografia - torna-se ainda mais complicado. A solução encontrada para contornar o problema foi a adoção dessa nova linguagem, o internetês.

Devo confessar que sempre me causa estranheza quando me defronto com esses escritos. Não sou um purista, mas não parece ser o nosso idioma. Depois de tantos anos lidando com a net, desenvolvi uma espécie de tolerância para isso, um "vá lá!", embora com algumas exceções: blogs de patricinhas (ou criancinhas?), naquele estilo "fofex", que não tem como se possa suportar; e essas legendas nos filmes (novidade?) do Canal Telecine da Globo Cabo (qual o propósito dessa medida estúpida?)

O internetês (que me lembrou o ótimo conto "Homem Que Sabia Javanês" de Lima Barreto) é essa combinação da simplificação, por redução, dos vocábulos com a substituição, pela linguagem fonética, onde um não vira um "n" ou ainda um "naum". Confira outros exemplos de abreviação/redução/substituição: sim=s, de=d, que=q, também=tb, cadê=kd, tc=teclar, porque=pq, aqui=aki, acho=axo, qualquer=qq, mais ou mas=+ v6=vocês.

Para os menos treinados a linguagem chega a ser hermética, quase hieroglífica: Dx em qnd? Basta adivinhar que "dx" é "de vez", fácil, não é?, daí, "De vez em quando". Dx 1 bj pv6? Deixo um beijo pra vocês (note que dessa vez o dx, em outro contexto, mudou de tradução, fácil e lógico, não é?). Como disse, eu não (ou "eu n", ou "eu naum") gosto, nem desgosto, só aprendi que não resolve resistir a essas novidades. Como sempre, algumas vão morrer, as outras ficarão.

O Homem de Borboleta na Cabeça

Domrs - 15/11/2005

Morango e Chocolate - 17/11/2005

Ele tinha uma borboleta na cabeça. Era o bicho, não o jogo, onde borboleta é 13, o número do azarado. Também não era bicho, que borboleta é inseto, alado, estava lá, na cabeça pousado, "acranisado". Formavam, assim, uma dupla bem estranha, ou uma unidade mais ainda: homem-de-borboleta-na-cabeça, nova espécie da classe homo-lepidóptera.

Era uma borboleta bonita, multicolorida, embora nas asas predominasse os tons de azul. O homem, que era quase monocromático, não era lá essas coisas, um desses homídeos comuns. A julgar pelo tamanho, e mal comparando-se os dois, poder-se-ia dizer que era o homem quem portava a borboleta; era ele quem tinha uma borboleta na cabeça.

A convivência era boa, aparentemente pacífica, com uma espécie de tolerância mútua que agora os unia. União temporária, não parecia haver qualquer espécie de simbiose entre os dois. Um mero consortismo, ele beneficiário de uma nova estética, do adorno que o inseto acrescentava a sua cabeça comum; e, para ela, ele era uma cabeça, não no sentido pensante do termo, mas um planalto, um campo de pouso, um mirante, local de repouso, e só.

Apesar da beleza do quadro, eles permaneciam calados, não havia diálogo. Talvez um problema de falta de uma linguagem comum; não seria ela uma borboleta japonesa?

Tuesday, November 15, 2005

República

Domrs - 15/11/2005

República, substantivo feminino
1. forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos;
2. Rubrica: termo jurídico. Forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos (p.ex.: Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário);
3. Derivação: por extensão de sentido. O país assim governado;
4. Habitação particular e coletiva de estudantes;
5. Derivação: por extensão de sentido. O grupo de estudantes que aí vive;
6. Uso: informal. Associação em que há muita desordem.
(Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa)

Não sei qual dessas acepções atende a atual realidade "republicana" - palavra tão em voga, tão presente na boca dos nossos Senadores e Deputados Federais - que se vive no país. De qualquer forma, hoje, passados 116 anos do dia 15 de novembro de 1889, comemoramos o gesto de Deodoro da Fonseca, a proclamação da República do Brasil.

Eventos do Dia

Morango e Chocolate - 15/11/2005

A data de hoje marca, além da efeméride republicana, que já foi motivo para maiores comemorações, o encerramento da 51ª Feira do Livro de Porto Alegre/RS, um dos maiores eventos da cidade. Com tantas atitudes "pouco republicanas", como gostam de falar nossos nobres representantes no Planalto Central, prefiro falar da feira, falar dos livros.
Porto Alegre, para minha alegria, é uma cidade de muitos leitores, e que tem uma ligação especial com a leitura, com livros. Lê-se muito pouco no Brasil, menos de dois livros per capita anualmente (contra 4 da maioria dos países latino-americanos e dos - impressionantes - 25 dos europeus! - ninguém é primeiro ou terceiro mundo por acaso).
Essa afinidade, esse namoro de Porto Alegre com a leitura e os livros não nasceu por acaso. São raízes antigas que devemos muito à importante participação dos colonos europeus na formação do estado, principalmente os italo-germânicos e judeus.
Pois foi com a disposição de uma criança numa loja de brinquedos, que visitei a Feira do Livro desse ano; voltei carregado de sacolas, com 22 novos livros* e com a sensação de ter deixado outros tantos "que tantos eu queria, mas sem aquele outro tanto de dinheiro necessário..."
Para não dizer que só falei das flores dos velhos jacarandás da Praça da Alfandêga - tradicional local onde se realiza a feira -, sinto uma certa frustração ao conferir a lista dos livros mais vendidos. Entre os da chamada boa literatura, vejo que o mais vendido é um manual de culinária.
Nada contra "gourmets", "gourmants", ou que eu tenha qualquer desprezo pela cultura culinária, ou pelos amantes da boa mesa, só me dói ver um "manual" como o livro mais vendido. Soa sacrílego, quase como se o título dele fosse: "Como trocar um pneu em dez lições".
*Não ganhei na loteria! Fora cinco títulos mais ou menos atuais, que podem ser considerados lançamentos, os outros foram comprados nos "balaios de ofertas" - e cheios de ofertas boas!

Monday, November 14, 2005

Questão de Educação

Domrs - 14/11/2005

Moro em Porto Alegre num bairro afastado do centro da cidade onde, depois de quase vinte anos, a inevitável especulação imobiliária acabou atingindo a área há um par de anos. Coisas do êxodo rural e do conseqüente aumento exagerado das cidades, para abrigar uma população crescente, não há maneiras de evitar esse enraizamento em direção às periferias, mesmo as mais distantes.

Porto Alegre já cresceu demais, pelos meus critérios ela já passou do "ponto" que considero ideal há muito tempo. Eu sempre digo que qualquer cidade mantém a sua humanidade intacta até os cinquenta mil habitantes; ainda é administrável e controlável até os duzentos mil e, depois disso, vira um pandêmonio, um salve-se quem puder. Já entramos no estado pandêmonico há muito tempo.

Como nada nesta vida tem só um lado, sempre há que considerar um outro aspecto da questão, o positivo desse desenvolvimento habitacional ocorrido no meu bairro foi a construção de uma série de praças. Acreditem ou não, agora, numa distância não superior a dez quadras de onde moro, existem cinco novas praças.

Costumo fazer minhas caminhadas matinais seguindo um roteiro que passa pelas praças; a motivação é óbvia: sempre é mais agradável caminhar ladeado pelo verde, é bom demais! Nessas minhas caminhadas é que posso constatar o quanto ainda estamos longe do primeiro mundo. A quantidade de sujeira, de lixo, de entulho, que encontro nas praças e terrenos baldios é impressionante.

Aqui em Porto Alegre convivemos com um personagem do passado para muitas cidades do Brasil: os carroceiros. A existência deles aqui em uma grande quantidade talvez se deva as raízes rurais do estado, não sei ao certo. O certo é que a permanência da atividade está ligada a causas eminentemente sociais, já que é uma atividade praticamente restrita a camada mais pobre da população.

Esses carroceiros se especializaram na prestação de dois tipos de tarefas: pequenos serviços de fretes e no serviço de reciclagem do lixo. Muitos ainda se utilizam dos serviços dos carroceiros para a remoção de entulhos, caliças, os restos de obras; o problema nesse caso é o destino da carga: 100% delas vão parar em algum terreno baldio das redondezas.

Quando se trata da reciclagem do lixo, o interesse maior reside nas garrafas de refrigerante tipo pet, no papel e papelão, latas de alumínio, etc. Não é raro encontrar carroceiros em praças e terrenos baldios fazendo uma "seleção": separam dos sacos de lixo que recolheram previamente o que lhes interessa e jogam no chão de qualquer jeito o restante do lixo.

Qualquer um sabe que essa é uma atividade de quem já está na "ponta da cadeia" - para não dizer que já está fora dela. Sobreviver com o lixo, com o que resta dos outros não é atividade dignificante nem profissão elegida por ninguém. Ainda assim cabe uma atenção das autoridades, uma atividade educativa junta às cooperativas de reciclagem onde estão concentrados os trabalhadores desse área.

Cabe, principalmente, cobrar uma atitude positiva de quem se diz educado, de quem produz e acondiciona o lixo. Se os moradores fizerem uma seleção prévia, separando os materiais recicláveis, será evitada essa separação grosseira posterior pelos catadores. Quanto aos entulhos, não contrate um carroceiro, contrate um serviço especializado na remoção desse tipo de lixo. Dois benefícios: a cidade ficará mais limpa e os cavalos serão menos maltratados.

Sunday, November 13, 2005

Discursos...

Domrs - 13/11/2005

"...o que é importante para mim e que me deixa muito (sic) de cabeça erguida é o seguinte: nós (?) estamos com três CPI (sic) funcionando, não há nenhuma ingerência do governo (?) para criar qualquer problema para a CPI (sic),..." (Entrevista do Presidente Lula para o Programa Roda Viva exibido em 07/11/2005).

"Portanto, eu acho que o papel da CPI, neste instante, é o de apurar. A CPI está instalada, tem três CPI (sic), elas têm que investigar." (Entrevista do Presidente Lula para o Programa Roda Viva exibido em 07/11/2005).

"A manobra do governo fracassa e CPI dos Correios é prorrogada. A manobra do governo para impedir a prorrogação (a continuação?) da CPI dos Correios, comandandada pessoalmente pelo presidente Lula, fracassou". (Jornal Correio do Povo, 12/11/2005).

É o que todos já sabem, a diferença abissal entre os dircursos e as atitudes. Primeiro foram adotadas todas as medidas para evitar a instauração das CPI's; com o fracasso das tentativas o discurso - falso - passou para o apoiamento ("cortar na própria carne"); agora as manobras para impedir a continuidade das CPIs também fracassam e, apesar do discurso - falso - de apoio, vão dizer que sempre houve apoio para a continuidade, investigação até o fim, até as últimas conseqüências, aquele blá, blá, blá de sempre dos políticos.
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Pois não é que o que já era considerado por alguns como "favas contadas" está a cada etapa realizada "engrossando o caldo"? O campeonato do Stock Car deste ano - que segundo o pessoal da Globo já tinha até dono - vai para a sua última etapa - dia 27/11 em Interlagos - completamente indefinido.

Juliano Losacco foi o vencedor da etapa disputada hoje no Rio de Janeiro. Com isso a diferença para o líder - Cacá Bueno, que chegou apenas em décimo-terceiro - caiu para um mísero ponto!