Friday, November 11, 2005

País do Futuro (do Pretérito!)

Fala - 11/11/2005

Diz o aforismo que a "esperança é a última que morre", o qual, ao afirmar uma espécie de ordem, organizar a sucessão dos eventos (no caso dos óbitos), não declara a imortalidade da esperança. Pois chegamos aos tempos em que anunciaram até o falecimento da nossa querida "Velhinha de Taubaté", símbolo maior do otimismo, da crendice e da esperança pátrias.

Nunca fui o que se pudesse chamar de grande otimista, embora sempre acreditasse na teoria de que somos um grande País e a nossa grandeza, como povo, uma mera questão temporal. Esse tempo verbal, o futuro, o chamado "País do Futuro", aquele que nunca o é no hoje, mas que o será com certeza amanhã!

Pois lamento muito em saber e informar que o tempo certo é o Futuro do Pretérito. Não somos (e nunca seremos) um Grande País, nunca passaremos de um País grande (uma questão de gigantismo, só de tamanho). Infelizmente, parece que a conhecida piada que termina com "...espere até ver povinho que Eu vou colocar lá!", é mais do que uma simples piada.

Não foi à toa que o grande Rui Barbosa, depois de tantas lutas, desabafou: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar os poderes nas mãos dos maus, o homem chega desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

No comments: